O problema no Itabuna EC não foi desvio de dinheiro e sim um trabalho amador no futebol
O investidor Léo Amoedo se pronuncia sobre o Itabuna Esporte Clube, para ele o problema é gestão
Na mais recente edição do programa “Resenha dos Galácticos”, conduzida pelo radialista Márcio Martins, Leonardo Amoedo compartilhou uma visão interna dos desafios de gestão enfrentados pelo Itabuna Esporte Clube, descrevendo uma situação marcada mais pelo amadorismo administrativo do que por má-fé ou desvio de dinheiro.
Amoedo, claramente desapontado com a situação atual do clube, delineou a estrutura do acordo de investimento que assinou com a diretoria do Itabuna. A proposta era inovadora: para cada real investido, 50% seria convertido em ações e os outros 50% diretamente aplicados nas necessidades do clube. A implementação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) parecia promissora, com a criação de um CNPJ e a aquisição de uma participação de 38%, mas Amoedo e sua equipe optaram por não prosseguir com a inscrição na FBF e na CBF para evitar conflitos.
Com um investimento significativo de 2 milhões de reais já em jogo e apenas 1 milhão e 600 reais pendentes, o projeto incluía planos para um Banco Itabuna e parcerias financeiras, além de um ambicioso projeto para a sede do clube. No entanto, uma reviravolta surgiu em março, quando foi revelado que qualquer progresso adicional no contrato dependeria da aprovação do Conselho Deliberativo do clube, um obstáculo não antecipado por Amoedo e sua equipe.
A entrevista também tocou na preocupação de Amoedo com a predominância da política sobre a gestão, uma tendência que ele observou não só no Itabuna, mas também em outras equipes da Bahia que o procuraram. Essa preocupação foi amplificada pela decisão de um respeitado empresário baiano de comprar o Londrina em vez de investir em um clube local, sinalizando a necessidade de uma abordagem de gestão mais profissional e estruturada no futebol baiano.
Amoedo enfatizou que não houve desvio de dinheiro no Itabuna, e já esperava essa desastrosa campanha do time nessa temporada (rebaixamento e goleada histórica), pois é resultado de uma gestão ineficiente e não profissional. Ele destacou a importância de um planejamento sólido e estratégico, mencionando a contratação de um experiente analista de desempenho, que trouxe consigo uma valiosa experiência de seu trabalho anterior com o Bahia e o Barcelona de Ilhéus.
Finalizando a entrevista, Amoedo fez um apelo para uma mudança na cultura de gestão do Itabuna Esporte Clube, sublinhando a importância de separar a política do desenvolvimento esportivo e de se investir nas categorias de base. Ele apelou à prefeitura de Itabuna para apoiar de maneira mais efetiva o clube, a fim de assegurar o crescimento e a sustentabilidade a longo prazo do futebol na cidade.
Esta conversa com Leonardo Amoedo oferece uma perspectiva valiosa sobre os desafios enfrentados pelos clubes menores e a necessidade de uma gestão esportiva mais profissional na Bahia.